O uso do microscópio na endodontia é importante para diagnóstico, procedimentos cirúrgicos e não-cirúrgicos, além de facilitar a apresentação do tratamento para o paciente.

Inicialmente, é importante lembrar que a estrutura interna dos dentes apresenta características comuns, bem como variações extremamente complexas, entretanto, uma semelhança entre elas é o diâmetro milimétrico dos canais radiculares.

Dessa forma, a utilização do microscópio operatório torna-se imprescindível, garantindo maior qualidade e segurança no tratamento endodôntico e deixando-o mais previsível.

Vale ressaltar que a microscopia aliada ao ultrassom viabiliza a limpeza de áreas antes não visualizadas e muito menos tratadas.

Soma-se a isto a possibilidade de solucionar casos de altíssima complexidade, mais comumente presente nos retratamentos endodônticos, que são os casos em que o tratamento de canal foi feito inadequadamente e é preciso a realização de novo procedimento para cessar a dor e preservar a integridade do dente.

Exame com microscópio complementa a tomografia computadorizada

A tomografia computadorizada é uma excelente aliada no diagnóstico dos tratamentos endodônticos, entretanto não substitui o exame clínico com microscópio operatório, eles são complementares.

A magnificação e a iluminação proporcionada pelo microscópio operatório, somada a habilidade do profissional para operá-lo de maneira adequada, possibilita, entre outras vantagens, a resolução de casos como:

• visualização de canais adicionais, canais radiculares e istmos;
• ampla visualização até o forame apical;
• maior acessibilidade de insertos específicos de ultrassom para limpeza da área comprometida;
• remoção de instrumentos fraturados e de pinos;
• localização de canais calcificados;
• fechamento de perfurações;
• transposição de degraus;
• diagnóstico de fratura.

O microscópio garante a documentação dos casos clínicos

O microscópio clínico odontológico também proporciona outra aplicação extremamente valiosa: a documentação dos casos clínicos.

Pode-se obter um completo armazenamento e arquivamento de dados e de procedimentos clínicos. As gravações dos procedimentos executados podem servir como material educativo, além de constituírem amparo legal para o dentista e para o paciente.

Por que continuar “enxergando com os dedos”?

Basear um tratamento de canal apenas na observação e no tato torna-o incompleto e arriscado.

Como já dito anteriormente, a estrutura interna do dente possui variações anatômicas complexas e diâmetros milimétricos impossíveis de serem avaliados a olho nu. Embora a radiografia auxilie no tratamento de canal, apenas com ela não é possível ver com detalhes a área a ser tratada.

Dessa forma, o uso do microscópio é imprescindível para um tratamento de qualidade, pois garante maior iluminação e amplia a visão a ser trabalhada. Com isso, há maior tranquilidade por parte de pacientes e dentistas, pois as estruturas do dente podem ser vistas com mais clareza.